domingo, 20 de maio de 2012

Projeto Estante Pública



Projeto Estante Pública
Por quê colocar  livros em uma parada de ônibus?

“Não deixe morrer um dos melhores e mais acessíveis projetos de leitura comunitária. O conhecimento é a única coisa que ninguém pode nos tirar”.
Jade

As Estantes Públicas foram criadas primariamente para promoverem o acesso da população de Porto Alegre à leitura, é a transvenção(*) posta em prática.
(*)Em Ciências Sociais, é um conceito que trata da relação da sociedade com os espaços públicos onde ela circula. Inicialmente proposto como uma atualização do termo intervenção, uma ação de transvenção se caracteriza por sua colaboratividade.

Os espaços devem ser ocupados no sentido de potencializar a sua existência. Nossa comunidade urbana é especialista em produzir uma imensa quantidade de áreas inúteis, que na falta de uma boa iniciativa, acabam sendo deixadas de lado… ignoradas. A cidade é uma zona de convivência, mas parece que com-viver é o que menos fazemos. Circulamos com nossos objetivos bem delineados e poucas coisas nos fazem parar e observar os outros que passam. Isso acontece mais ainda com quem viaja sozinho em seu automóvel, uma caixa metálica separa o ambiente interno do externo. A Estante Pública aproveita um espaço inutilizado e cria uma área de estar, um ambiente lúdico de descontração. A metáfora nos ajuda a dizer as necessidades da alma. Esse desejo de criar no cotidiano possibilidades de encontro, de contato. O fato da Estante “ser pública” é justamente a ironia de existir sem permissão e ao mesmo tempo oferecer algo em troca. Os espaços públicos existem para o público, que somos nós, todo esse povo que circula nas ruas é criador dessa realidade, afeta e é afetado pelo ambiente. Quando é que vamos colocar a mão na massa e nos responsabillizar por isso? A Estante Pública é um ato cívico que se vale do vandalismo como rompante de expressão. Somos tão comportados não mexendo no que é dos outros que esquecemos de agir naquilo que é nosso. Como entendemos que o que é público não nos pertence temos a justificativa de não precisar contribuir com nada. Por uma moral respeituosa, acabamos por não criar coletivamente. Podemos mudar a ordem das coisas! E isso não é falta de educação, isso é vida na mais alta experiência.

Em última análise, a Estante Pública é um teste de responsabilidade. Atua em um paradoxo da nossa realidade urbana, até que ponto posso mexer no que é do outro? Como posso criar sem destruir? Como atendo as minhas regras individuáis sem ferir as do outro? São armadilhas da vida público-privada… precisamos desarmá-las.
Na foto acima, Luis Flávio Trampo, um dos colaboradores do projeto. Se quiser saber mais sobre o belo trabalho deste artista, veja no post anterior.


Você é o responsável. Preserve os livros, respeite o próximo”.

Locais em que podem ser vistas as estantes públicas:
Av. Independência, esquina Rua João Telles.
Av. Cristóvão Colombo, 724
Av.  Ganzo, esquina Av. Getúlio Vargas
Rua José de Alencar, 311.
Av. Plínio Brasil Milano, 2050.
Av. Ijuí esquina Av. Bagé.

Texto extraído do site http://www.estantepublica.com.br/site/ acesse AQUI o site.

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Imagem de Mariana Britto
Sigo andando a passos largos...
...sem rumo e sem destino, apenas observando o que se passa e o que passou, o conhecimento traz prazer mas também traz dor.
Jade

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